A Diller Scofidio + Renfro, em parceria com a Woods Bagot, acaba de revelar imagens de seu mais novo projeto: o Centro das Artes e Cultura Aborígene (AACC) de Adelaide, Austrália. Buscando inspiração na “história, cultura e raízes aborígines do país”, a proposta para o Centro Cultural de Adelaide pretende estabelecer um novo espaço de diálogo para a promoção da arte e da cultura aborígene na Austrália. O principal conceito por trás do projeto do AACC está fundamentado nos três elementos que, segundo a cultura dos povos aborígines da Austrália, conectam as pessoas o lugar: a terra, a paisagem e o céu.
Com aproximadamente 11.500 metros quadrados de espaços dedicados, o edifício concebido pela Diller Scofidio + Renfro em pareceria com a Woods Bagot oferecerá uma enorme variedade de espaços programáticos para a comunidade de Adelaide e seus visitantes. O acesso principal ao Centro das Artes e Cultura Aborígene se dá através de uma praça pública inserida entre os níveis expositivos e que se extende em direção ao Kaingka Wirra (Jardim Botânico de Adelaide). No coração do edifício encontra-se um espaço multi-uso de três pavimentos, o qual será utilizado para a realização de eventos e atividades performáticas.
O primeiro-ministro da Austrália do Sul, Steven Marshall, disse que o novo Centro das Artes e Cultura Aborígene de Adelaide foi concebido para celebrar e promover a cultura aborígine no país, um edifício embasado em seus três principais elementos: a terra, a paisagem e o céu. “O AACC oferecerá uma ampla gama de diferentes experiências espaciais, combinando elementos tradicionais e alta tecnologia para celebrar os mais de 65.000 anos de história dos povos aborígenes que desde sempre habitam essa terra”, disse ele. A equipe de projeto, por sua vez, explicou que o edifício deverá ser construído junto ao território do povo Kaurna como parte de um projeto de inovação que está sendo desenvolvido pelo governo Australiano.
O arquiteto associado da DS + R, Charles Renfro, disse o seguinte: “estamos muito felizes por poder participar de um projeto como este, de desenhar um novo espaço para celebrar e promover uma das culturas vivas mais antigas do planeta. Esta é uma iniciativa única e que nasce de uma estreita colaboração de nossa equipe com a comunidade aborígine da Austrália assim como outros grupos e parceiros, entre eles a Woods Bagot. O novo Centro das Artes e Cultura Aborígene acolherá os visitantes através de uma praça pública, a qual flui para dentro do edifício de forma a construir uma narrativa contínua e que amarra os diferentes espaços expositivos do Centro. Este será um edifício do século 21, e como tal, ele está sendo pensado de forma flexível para poder adaptar-se facilmente aos desafios que virão pela frente.”
Conforme a equipe de arquitetura explica, a estrutura e envoltória do edifício foram inspiradas nas estruturas temporárias criadas pelos povos aborígines em toda a Austrália, as quais são conhecidas como “wurlie” e “humpy”. Algo que pode ser traduzido como “uma estrutura em forma de ninho”, a qual configura o espaço central que amarra os demais espaços do Centro. A fachada, por sua vez, receberá uma segunda pele metálica, a qual servirá como elemento de proteção e mediação entre os espaços interiores e exteriores do edifício.
Trabalhando em parceria com o Embaixador do Centro das Artes e Cultura Aborígene AACC, o senhor David Rathman, a equipe de arquitetos do DS + R e da Woods Bagot esteve em contato direto com os membros do Grupo de Estudos da Cultura Aborígene do AACC. A diretora do Woods Bagot, Rosina Di Maria, descreveu este processo da seguinte forma: “o papel da nossa equipe era ouvir e traduzir os conceitos e ideias trazidos pelo grupo de estudos do AACC, transformando-os em um projeto de arquitetura. Desta forma, a nossa proposta apresentada busca evocar uma sensação de acolhimento—especialmente em relação aos povos originários da Austrália—criando uma conexão entre os visitantes e a cultura aborígene através do espaço e da arquitetura.”
Via Diller Scofidio + Renfro and Woods Bagot